Quando me chegam relatos de falta de ética e eficácia da classe médica deste país, por pessoas que tiveram de frequentar o SNS (Serviço Nacional de Saúde) sem poderem optar pelo privado, como é óbvio a maioria da população assim procede, fico entristecida, revoltada, estupefacta, incapaz. É repugnante o que se passa em Portugal quando os cidadãos, na verdadeira acepção da palavra, ou seja aqueles que têm as contribuições em dia, e que precisam de ajuda para lutar contra um problema de sáude são recebidos por médicos incompetentes, absurdos, que compraram certamente a carteira profissional e o livro do código deontológico, como quem compra um artigo qualquer comercial numa loja de artefactos.
O que se passou é inadmissível. Uma senhora octogenária sentiu-se mal pela manhã, chamou o INEM que a transportou para o serviço de saúde da sua área de residência e onde lhe foi dito que tinha danos graves nos pulmões e que necessitava ir de urgência para o hospital agregado e de serviço àquela região a fim de saber se era um problema já de anos ou se era uma coisa recente.
E agora aqui entra a minha voz de manifesto. A ciência é tão avançada, logo, a medicina também o é, porque é que numa consulta de medicina no trabalho não se engloba exames médicos a tudo? Reitero, tudo. Talvez ajudasse a subir a esperança média de vida.
Voltemos ao cerne do meu texto. Dada a ordem para seguir com a paciente para o Hospital de Tomar e chegando a essa unidade de saúde o médico faz as diligências necessárias para os exames prescritos.
Ao fim de uma hora, mais minuto menos minuto, a senhora regressa para junto do familiar que a acompanha que ouviu do médico " vai tomar estes analgésicos para as dores". A acompanhante retorquiu: "mas doutor ela já toma tantos medicamentos, não tem problema juntá-los?'". O "doutor", quase com as costas viradas responde: "não tem problema nenhum", e seguiu a vidinha dele, sem prestar esclarecimentos sobre os exames realizados. Nem mais uma palavra proferiu.
O que me transtorna de uma tal maneira é que as conclusões que tiro indicam-me que estamos perante um caso de negligência médica a uma idosa. Agora façam as contas a quantos médicos trabalham por aí com a ideia desumana de que se uma pessoa já tem oitenta anos e piques não merece a pena cuidados.Mais facilmente tratavam um animal.
Que pais é este que deixa morrer um ser humano no seu estado mais sensível - a velhice - , enquanto cruzam os braços, e mais, contestam por aumentos salariais?
Generalizar? Não. Mas a verdade está bem visível, basta entrar num hospital público. Há médicos sem ética, aliás a falta dela nota-se igualmente em outras classes profissionais , porém quando se trata de implicações na vida ou na morte de um Homem o caso muda de figura: o direito à vida tem primazia é o primeiro em qualquer Estado de Direito e há que relembrá-lo sucessivamente face à incompetência de alguns.
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