Henrique Amaro, Paulo Furtado e Vítor Belanciano juntaram-se, na passada quinta-feira, para uma conversa sobre vinil em plena FNAC Chiado. Perante um café, à vontade, preenchido deambularam pelos anos 60, 70 e 80 - épocas de ouro do vinil.
Amaro falava da misticidade do vinil pelo objecto em si, pela estética. Furtado, quase nostálgico, disse: "o CD não tem um lado b". Parece que a acção de virar o lado do disco é única para os três melómanos, que partilham também as ideias de que o vinil é uma marca (de qualidade) na história da música e de que o CD nunca superará o culto desse objecto. O jornalista do Ípsilon, Vítor Belanciano corroborou a ideia de Henrique Amaro: "muitas vezes um grupo de amigos encontrava-se em casa, metia um disco a tocar e ficavam a ouvi-lo em silêncio". Parece que com a facilidade de acesso à música isso se perdeu. Furtado critica aqueles que têm armazenados gigabytes de música e depois nem uma pequena parte ouvem como deve ser. Para o final, Belanciano, que já tinha passado no gira-discos de serviço a canadiana Feist, reservou o melhor: um vinil de Marvin Gaye, um dos seus músicos de eleição. Talvez dos tempos em que os discos brilhantes imperavam - acrescento eu - não fosse agora o jornalista, assumidamente, um defensor das novas tendências musicais.
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